Sinopse: No século XV, um líder e guerreiro dos Cárpatos renega a Igreja quando esta se recusa a enterrar em solo sagrado a mulher que amava, pois ela se matou acreditando que ele estava morto. Assim, perambula através dos séculos como um morto-vivo e, ao contratar um advogado, descobre que a noiva deste é a reencarnação da sua amada. Deste modo, o deixa preso com suas “noivas” e vai para a Londres da Inglaterra vitoriana no intuito de encontrar a mulher que sempre amou através dos séculos.
Direção: Francis Ford Coppola
| Gênero: Terror | Ano: 1992
Hoje
começamos nossa programação de Halloween por aqui e nada melhor do que dar
início a ela com um personagem clássico do terror em uma ótima versão
cinematográfica. Apesar de não ser tão ligada a filmes de terror, há um tempo
tenho interesse pela temática de vampiros, mas apenas recentemente comecei a me
dedicar a procurar mais obras sobre eles.
Neste
filme, Drácula é um guerreiro que, após o suicídio da esposa, se revolta contra
a Igreja que o proíbe de enterrar o corpo da mulher em espaço sagrado. Com
isso, ele é punido e se transforma em uma criatura amaldiçoada, um morto-vivo
que se alimenta de sangue e carrega a eternidade consigo. Séculos depois, ele
recebe uma visita que lhe traz uma grande surpresa.
Ao
conhecer Jonathan Harker, um dos responsáveis pela administração dos bens de
sua família, Drácula se depara com uma foto da noiva do rapaz, Whilhelmina
Murray, e nela reconhece o rosto de sua antiga esposa. A partir de então, ele prende
Harker em seu castelo e parte para Londres com o intuito de conquistar aquela
mulher.
Assistir
a esse filme me apresentou perspectivas diferentes sobre muitas coisas que eu
acreditava estarem ligadas a vampiros. Durante a vida acadêmica, aprendi que a
figura de Frankenstein representava enorme temor e repugnância no século XIX,
mas que com o passar dos anos ela foi perdendo sua capacidade de gerar medo e
se tornando cada vez mais cômica para as sociedades posteriores.
Após
assistir ao filme, percebo que o mesmo aconteceu com a figura de Drácula. É
provável que despertasse muito mais temor na época em que foi criado do que
agora, que é cultuado como um símbolo da cultura pop e podemos encontrar
representações dele em diversos lugares que vão desde livros infantis até
fantasias de carnaval.
E é
exatamente por esse motivo que o filme chama a atenção: pelo fato de ser
relativamente recente e ainda assim ser capaz de despertar horror com um
personagem que já foi completamente descaracterizado em nosso contexto social.
Não há nada que amenize Drácula neste filme, nada que o torne menos monstruoso
ou sedutor.
É um
filme que explora o lado mais brutal do personagem, mostrando o sangue não apenas
como o alimento, mas também como uma forma de controle sobre as vítimas. Há
também a cena de um ataque de lobo em que vemos o jorrar do sangue como um ato
de violência. Além disso, a sexualidade do personagem é muito abordada, principalmente
em relação a suas concubinas.
Uma
das coisas que gostei muito foi o fato de Drácula aparecer sob diferentes
aspectos. Ás vezes como um homem extremamente velho, outras como um jovem
aristocrático, em algumas sob a aparência de um lobo e outras como um ser selvagem
e híbrido entre lobo e humano. Há também a aparência monstruosa de um corpo
humano com asas e cara de morcego.
Outro mérito da obra é com certeza o figurino. Aliás, essa categoria chegou a
receber um Oscar no ano de estreia do filme. É incrível a forma como as cores
dos trajes parecem mostrar muito da personalidade dos personagens. Gosto
especialmente da caracterização de Drácula mais velho, com a túnica vermelha e
os longos cabelos brancos presos em uma enorme trança.
Devo
dizer que até pouco tempo atrás eu seria suspeita para falar sobre este filme,
pois já fui muito fã do ator que interpreta Drácula (Gary Oldman). Acabei me
decepcionando com ele como ídolo, mas aqui devo elogiá-lo como ator. Sua
atuação é muito boa, principalmente quando está caracterizado como Drácula na versão
mais velha, cuja risada é tão sádica que desperta uma apreensão imediata.
Gosto
da Winona Ryder (Whilhelmina) no filme, mas confesso que prefiro ela em outros
papéis. Já Anthony Hopkins como Van Helsing foi uma escolha sensacional. Sobre Keanu
Rives (Jonathan), posso dizer que gostei do personagem, pois era com ele que eu
mais me identificava. Talvez seja natural para o telespectador se identificar
com Jonathan, pois é ele quem vai descobrindo as coisas sobre Drácula, ao mesmo
tempo que vamos descobrindo também com o avançar do filme.
Por
fim, não poderia deixar de mencionar as transições de cena para cena, que são
muito criativas, geralmente focando em detalhes. Além disso, há cenas muito imersivas como,
por exemplo, nos momentos em que Drácula está sob a forma de lobo e observamos
sua caçada pelo ponto de vista do personagem. Este recurso provoca muita adrenalina
na cena.
Deixo
aqui o trailer e as mais sinceras recomendações para que vejam esse filme.
Nunca assistir esse filme de 92 acredita? E acho que ele é um dos filmes mais legais sobre o personagem.
ResponderExcluirTeve um que assisti, uma versão de 84(?) era bom, mas esse por ele aparece em várias versões me fascina.
A série do personagem é boa ♥
Olá!
ResponderExcluirDrácula nunca foi um personagem que me chamou atenção, mas gostei das suas considerações sobre essa versão. Fiquei curiosa no entanto para ver as diferentes façanhas que o personagem mostra ao longo das cenas e até mesmo para conhecer um pouco mais de suas características mais horripilantes.
Beijos!
Camila de Moraes
Uau, sua resenha e analises sobre o filme estão bem construídas. Estamos falando do Coppola, não é difícil imaginar que seria bom, gosto de personagens como o drácula, ele abre espaços pra cineastas e escritores jogarem suas fantasias ao mundo, mas, gosto ainda mais dele clássico.
ResponderExcluirSinto uma extrema falta de raízes nos filmes de terror atuais... sinto falta de coisas monstruosas hahaha O Guilherme Del Toro é um outro diretor que poderia trabalhar de forma excelente em uma história como a do Drácula.
nossa, esse é certamente um dos meus filmes preferidos. Adoro Gary Oldman, ele tá maravilhoso no papel... de uns tempos pra cá a temática decaiu bastante pra mim, seja em filmes ou livros... mas essa versão de 92 é fantástica, carrega mto do clássico em sua composição...
ResponderExcluirbjs...
Oi, Jéssica, tudo bom?
ResponderExcluirEsse era um dos meus filmes favoritos quando mais nova xD
Acho que é normal uma figura "folclórica" perder um pouco seu significado com o passar dos anos, ainda mais nesse século XXI onde todo mundo tem a "liberdade" de falar sobre o que quiser e transformar personagens clássicos em seus próprios personagens.
Confesso que gosto mais do vampiro antigo, mas também aprecio a aproximação que os autores trazem para os dias atuais (mesmo que não venha com o mesmo impacto do passado).
E eu sou suspeita pra falar qualquer coisa da Winona, pq eu acho ela maravilhosa em td q faz kkkkk
Ótima análise :)
Beijinhos
http://ultimasfolhasdooutono.blogspot.com/
Olá, Jéssica!
ResponderExcluirEu não gosto disso de Halloween e ler ou assistir histórias de terror. Sou medrosa demais para essas coisas e se vejo filmes de terror depois tenho pesadelos por dias. Sério.
Mas confesso que tenho uma queda por vampiros.kkkkkkkk... Desde antes de Crepúsculo. Lembro de ter assistido vários filmes do gênero (geralmente os vampiros eram caçados, eram realmente os vilões das histórias) e ler eu não li muito. Só Crepúsculo (onde os vampiros, em sua maioria, são bons) e Diários do Vampiro (que tem aquele ar mais sombrio e assustador, mas não chega a causar pânico). Quando se trata de histórias sobre vampiros eu não costumo ter muito medo, não. Mas outras histórias de terror eu evito. Fujo delas!kkkkk...
Claro que fiquei com vontade de ver esse filme! Vou colocá-lo na lista de próximos filmes que verei, pois achei muito interessante isso de ele assumir várias formas. Eu pensava que seria uma história mais romântica, considerando que tudo o que ele fez foi por amor da mulher pela qual ele rompeu com a Igreja. Ele foi amaldiçoado por amá-la e vivia desejando reencontrá-la, mesmo em outra vida. Por isso acreditava que era um romance.
Bjs!
Olá!
ResponderExcluirJá assisti esse filme várias vezes! Eu simplesmente gosto dele, mas confesso que não vejo tanta semelhança ao livro, já que no livro o Drácula não tem sequer uma fala. rsrs (mas eu prefiro mil vezes o filme rsrs).
bjos
Lucy - Por essas páginas
Esse é um filme que não me canso de assistir. Adoro esse enredo, muito bem feito. A direção, figurino, sonoplastia e fotografia também estão de parabéns!!! Nosso velho amigo sanguessuga será lembrado sempre, ele detona.
ResponderExcluirEsse é um filme e um livro que preciso ler logo! Todo esse tempo e eu nunca assistir nenhum filme baseado nessa história porque sempre tive uma certa aversão a terror, mas agora que estou conhecendo o gênero já coloquei essa história nas metas do ano que vem!
ResponderExcluirBeijos,
Rafa - Fascinada por Histórias
Curto muito história de Vampiros, mas até hoje só li e assistir o Vampiro Lestat e amo de paixão. Sempre li por cima coisas sobre o drácula, mas nada em um livro.
ResponderExcluirAinda não tinha conhecimento sobre esse filme dele. Achei bem interessante. Vou procurar ele aqui pela internet para ver.
Beijos
Olá, tudo bom?
ResponderExcluirNão conhecia esse filme, mas curti muito saber que eles conseguem provocar horror ainda sobre um personagem que se tornou tão caricato em nossa sociedade, como você mesma ressaltou. Fiquei super curiosa para conferir e tenho que concordar de antemão que pelo pouco que vi nas fotos, o figurino está de fato impecável. Dica anotada ♥
Beijos!
Olá,
ResponderExcluirAcho que sou uma das poucas que ainda não viu esse filme. Não sabia que tínhamos o grande Anthony Hopkins também no elenco, parece ser um filme imperdível. Parabéns pela crítica muito bem escrita.
bjs.
Pri.
https://nastuaspaginas.blogspot.com/
Assisti o trailer e está beeem sinistro, hein?! Como você bem disse, certas figuras assustavam mais antigamente do que nos dias de hoje, mas me parece que o filme conseguiu ainda trazer o personagem com toda essa aura sombria. Ótimo post.
ResponderExcluirEu assisti esse filme mas nunca tinha pensado em alguns pontos que você ressaltou no seu texto, principalmente sobre o sangue não ser apenas alimento, mas uma forma de controle e agora já quero ver outra vez e tentar pegar isso. Adorei a sua opinião sobre a produção, sempre muito bem argumentada.
ResponderExcluirbeijos
Olá, tudo bem?
ResponderExcluirEu assisti esse filme na minha infância na década de 90 e na época já fui conquistado pelo filme, depois assisti mais duas vezes e continuei gostado. Parabéns pela crítica, ficou muito boa e bem construídas. Drácula de 92 é um grande filme!
Abraço!
Oiiii,
ResponderExcluirAcredita que eu nunca assisti a este filme? Mesmo achando uma história interesante eu nunc fui muito de ler ou asistir coisas sobre o Drácula. Adorei. Resenha e a dica e vou colocar ele aqui na minha lista pra poder conferir.
Beijinhos...
http://www.paraisoliterario.com