REVIEW | The Umbrella Academy – 1ª temporada

Sinopse: Antes de falecer, o milionário Sir Reginald Hargreeves adotou sete crianças a fim de treiná-las para combater o mal. Depois que ele morre misteriosamente, esses jovens habilidosos unem suas forças para seguir o caminho para o qual seu pai adotivo os criou e acabam se envolvendo em um mundo muito mais perigoso do que eles imaginavam ser possível.

Direção: Steve Blackman | Gênero: Ação | Ano: 2019

The Umbrella Academy é um seriado da Netflix que teve sua estreia no mês passado. O enredo é uma adaptação de uma série de histórias em quadrinhos de mesmo nome, cujo roteiro é de Gerard Way (ex-vocalista da banda My Chemical Romance) e as ilustrações são do quadrinista brasileiro Gabriel Bá. Infelizmente ainda não pude ler a versão dos quadrinhos, mas ainda pretendo fazer isso futuramente.

Estava muito ansiosa para conferir essa HQ, pois além de gostar das ilustrações do Gabriel Bá em trabalhos com seu irmão Fábio Moon, também sou muito fã do Gerard Way e de sua antiga banda. Gostaria de ver qual era o seu potencial criativo ao desenvolver uma história, e pude finalmente conferir isso por meio da série.

The Umbrella Academy conta a história de um grupo de jovens que se uniu de forma inesperada. Todos nasceram no mesmo dia, e de forma muito misteriosa, pois suas mães não estavam grávidas antes do parto. Ao saber sobre o fato, o excêntrico milionário Sir Reginald Hargreeves resolve comprar sete daquelas quarenta e três crianças ao redor do mundo.

        Sir Hargreeves percebe que as crianças tinham poderes sobrenaturais e resolve criá-las em uma mansão onde pode treiná-las com o objetivo de torná-las super-heróis no futuro. No entanto, o milionário tem uma forma muito rígida de tratar seus novos filhos, estabelecendo metas extremamente exigentes para cada um e não lhes dando nenhum tipo de afeto paternal.

Essa falta de carinho se reflete na forma como resolve chamá-los: Número 1, Número 2, Número 3, Número 4, Número 5, Número 6 e Número 7. Além disso, eles contam com a presença de uma “mãe” na casa, que nada mais é do que um corpo feminino com uma inteligência artificial que os trata como filhos e resolve nomeá-los adequadamente como Luther, Diego, Alisson, Klaus, Ben e Vanya. O único que permanece a utilizar o nome dado pelo pai é o Número 5.

As crianças passam a viver como irmãs e usam seus poderes para as missões dadas pelo pai. Luther tem força sobrenatural, Diego tem mira e arremessos infalíveis, Alisson pode comandar qualquer pessoa se usar sua persuasão, Klaus e Ben têm poderes associados (aqui prefiro não aprofundar para não dar spoiler), Número 5 pode se teletransportar no tempo e Vanya é a única que não apresenta poderes entre eles. Por causa disso, ela sempre foi uma criança excluída da família.

Tudo isso é visto no primeiro episódio, que tem início com a morte de Sir Hargreeves, o que faz com que os filhos, depois de adultos, sejam obrigados a se unir novamente após terem se separado há muito tempo. No entanto, agora eles têm uma ameaça muito maior do que os criminosos que costumavam enfrentar quando eram crianças. De alguma forma, eles precisam evitar o fim do mundo.

        Não comentarei muito sobre o enredo da série, pois quero evitar spoilers. O que posso dizer é que adorei essa mistura de super-heróis e ficção científica. A premissa lembra X-Men, mas diria que o contexto da série é mais sombrio, afinal ao contrário dos X-Men que tiveram um mentor carinhoso como o Professor X, os membros da Umbrella Academy eram tratados como marionetes.

A produção trabalha muito a ideia de viagens no tempo, principalmente devido ao personagem Número 5. Essas cenas são muito legais, assim como os flashbacks que vemos dos irmãos durante a infância, o que faz com que a história apresente alguns desvios de tempo para explicar o significado das coisas que acontecem no presente.

Algo que merece destaque ao falarmos sobre a série é o quanto sua trilha sonora é maravilhosa. As músicas complementam bem as cenas de ação e animam as cenas cômicas. Além disso, os efeitos especiais são ótimos, tanto nas cenas de luta quanto nas cenas em que acontecem mudanças no tempo e espaço.

Gostei muito do fato de terem conseguido aprofundar a personalidade dos personagens, inclusive de Hazel e Cha-Cha, que servem como vilões e alívio cômico. Sobre os heróis, pude me afeiçoar com alguns deles e compreender as motivações da maioria, mas Klaus, Vanya e Número 5 foram os que mais me chamaram a atenção.  

Vi algumas críticas à atuação da atriz Ellen Page, que interpreta a Vanya, mas acredito que tudo o que ela demonstrou foi coerente com os sentimentos da personagem. Entretanto, penso que o destaque no elenco foi o ator Aidan Gallagher, que interpreta o Número 5. É difícil acreditar que ele tenha apenas 15 anos, pois sua atuação torna visível demais a idade avançada do personagem.

        De forma geral, é uma série que recomendo a todos, principalmente aos que gostam de super-heróis e ficção científica. Confiram o trailer: