Sinopse: 1888. Após sofrer com o ostracismo e a rejeição de suas pinturas em galerias de arte, Vincent Van Gogh (Willem Dafoe) decide ouvir o conselho de seu mentor, Paul Gauguin (Oscar Isaac), e se mudar para Arles, no sul da França. Lá, lutando contra os avanços da loucura, da depressão e as pressões sociais, o pintor holandês adentra uma das fases mais conturbadas e prolíficas de sua curta, porém meteórica, trajetória.
Direção:
Julian Schnabel | Gênero: Biografia,
Drama | Ano: 2018
Desde
que esse filme foi anunciado, no ano passado, aguardei ansiosa para vê-lo. Ao
descobrir que ele havia sido indicado para concorrer ao Oscar, percebi que era
a oportunidade perfeita para conferir esse trabalho. No Portal da Eternidade foi indicado ao prêmio na categoria melhor
ator, com Willem Dafoe. E apesar do troféu ter sido dado merecidamente ao Rami
Malek (Bohemian Rhapsody), não acho que isso tenha diminuído em nada a
qualidade desse filme.
Mesmo
assim, confesso que minhas expectativas para ele estavam enormes e, talvez por
isso, eu o tenha idealizado de forma exagerada. Acho que a proximidade de seu lançamento
com o de Com Amor, Van Gogh também não foi um fator favorável, pois se tornou
impossível para mim não compará-los, o que foi certamente um erro.
Neste
filme somos apresentado à vida do pintor holandês Vincent Van Gogh desde a sua
temporada em Paris, quando começou a vender seus primeiros quadros. Seu
trabalho não era apreciado como o dos pintores que faziam sucesso na época e
ele costumava ser rejeitado entre a comunidade artística dos ambientes que
frequentava.
Entretanto, isso
começa a mudar a partir do dia em que conhece o famoso pintor Paul Gauguin, que
lhe desperta admiração por seus trabalhos e ideias revolucionárias. Gauguin é o
primeiro artista a dar ouvidos a Van Gogh. Ele também o aconselha a se mudar
para a cidade francesa de Arles, onde poderia ter mais inspiração para suas
pinturas.
Os
dois acabam se mudando para lá e resolvem morar juntos em um lugar que
futuramente se tornaria icônico nas obras de Van Gogh, a Casa Amarela. A
intenção da dupla era criar ali um grupo para pintores que não se enquadravam no
movimento impressionista (que propunha quadros com pinceladas leves e cores
iluminadas), muito popular na época.
Entretanto,
os dois passam a ter muitas brigas, o que faz com que Gauguin resolva deixá-lo
e se mudar da cidade. Em meio aos conflitos pela rejeição que sofre dos
moradores da cidade, Van Gogh se vê completamente sozinho, sendo acolhido
apenas pelo irmão, Theo Van Gogh, que o aceita incondicionalmente. É a partir
disso que o filme nos mostra os dias mais dramáticos do pintor holandês, que lidava
com uma profunda depressão.
Esse
foi um filme que me atraiu logo no trailer. O cenário campestre de Arles é lindo
e vemos como a obra enfatiza as paisagens ensolaradas do lugar, pois estas
estavam entre os temas mais recorrentes nos quadros do pintor. Além disso, a
fotografia chama a atenção por fazer uso de tons amarelos, afinal essa era a
cor favorita de Van Gogh.
Willem Dafoe fez um
grande trabalho como protagonista nesse filme e estou certa de que ele mereceu
essa indicação ao Oscar. Na verdade, podemos afirmar que ele é o maior destaque
na produção, pois sua atuação melancólica e confusa diante das visões do pintor
atormentado chama mais a atenção do telespectador do que a própria
beleza do filme.
E
por falar em boas atuações, Oscar Isaac também teve destaque em seu papel como
o renomado Paul Gauguin. Os diálogos entre ele e Van Gogh são muito bons por
levantar questionamentos sobre o conceito de arte da época e expor como ambos os
pintores eram diferentes. E apesar de Mads Mikkelsen ter uma
curtíssima aparição, sua interpretação de um padre que questiona o trabalho de Van
Gogh foi boa e serviu para mostrar uma das conversas mais importantes do filme,
na qual Vincent é obrigado a justificar a sua arte.
Sobre
o roteiro do longa-metragem, acredito que tenha sido eficiente para mostrar os
últimos anos de vida do pintor, mas talvez eu tenha me decepcionado um pouco
por esperar algo mais biográfico, com datas e etc. Entretanto, agora penso que
a ideia do filme talvez tenha sido expressar o período conturbado de vida do artista
de forma menos organizada também.
Acredito
que o filme tenha sido desenvolvido após muita pesquisa, mas que seu objetivo não
seja passar informações ao telespectador. Ele é muito mais focado nos
sentimentos de Van Gogh do que em sua própria vida, e isso é visível
principalmente nas muitas cenas imersivas em que a câmera nos coloca no lugar
do protagonista e podemos enxergar as coisas pelo seu ponto de vista.
Em
resumo, é um filme que privilegia uma linguagem artística, tanto em suas cores
quanto nos ângulos de câmera, que tentam expressar os conflitos internos
vividos pelo pintor. Inclusive, penso que ele poderia ter sido indicado ao
Oscar na categoria fotografia também. Gostei muito da premiação de Roma nessa
categoria, mas adoraria que esse filme tivesse conseguido pelo menos a
indicação. De qualquer forma, estou feliz pelo seu reconhecimento com o Willem
Dafoe em uma atuação digna de aplausos.
Confira um pouco
desse lindo trabalho no trailer do filme:
Olá!
ResponderExcluirNão conhecia em um todo a história de Van Gogh, sua resenha me trouxe um pouco de conhecimento da vida do pintor. Vi muitas pessoas tecendo comentários a respeito desse filme durante o Oscar, apesar de não ser um filme que me chama muito a atenção, eu veria futuramente para ganhar mais conhecimento a respeito da vida do pintor.
É muito bom quando as atuações nos impressiona, é o principal para um filme!
Oi, Ana!
ExcluirQue bom que consegui passar um pouquinho da vida do pintor pro texto, apesar de que o filme foca mais nos últimos anos da vida dele mesmo. É um filme com o qual dá pra aprender um pouco mais sobre o pintor, mas principalmente sobre os seus sentimentos em relação a solidão. E concordo com você, quando as atuações são boas, já considero metade da qualidade do filme. Beijos!
Não conhecia o filme e confesso que essa ano eu não dei a devida atenção ao Oscar. Achei interessante o filme trazer a vida de Van Gogh e isso me chamou atenção, pois conheço bem pouco desse talentosíssimo pintor. Só conheço willem Dafoe no papel de duende verde e adoro, então quero conferir essa atuação dele.
ResponderExcluirAbraços.
Olá!
ExcluirO filme deixa de lado os momentos da infância do pintor e foca a partir de quando começou a vender seus quadros, mas acredito que ele consiga registrar bem os fatos mais relevantes dessa trajetória. E também amo o Willem Dafoe como o Duende Verde! <3 Espero que goste da atuação dele aqui. Beijos!
queria muito que DaFoe tivesse levado a estatueta pra casa... apesar de gostar de Malek [meu eterno Mr. Robot], não acho que BR foi o suficiente pra ele ter ganhado o prêmio...
ResponderExcluirVan Gogh é amor <3 um dos meus preferidos, impossível evitar esse filme...
bjs
Oi, Maria!
ExcluirTambém amo o trabalho desse pintor. <3 E confesso que nessa premiação eu estava bem dividida. Não estava torcendo especificamente para um, mas ficaria feliz se o Dafoe, Malek ou Bale ganhassem. Beijos!
Olá!
ResponderExcluirEu gosto muito do ator e confesso que tenho assistido poucos filmes, porém o pano de fundo que a história traz é bem interessante. Como adoro filmes com drama, espero que esse me conquiste de alguma forma.
Beijos!
Camila de Moraes
Oi, Camila!
ExcluirAcho que se você gosta de filmes de drama e do Willem Dafoe as chances de você gostar desse filme são bem altas. A atuação dele está realmente incrível, me comovi em muitos momentos. Espero que você possa assistir. Beijos!
Não conhecia a obra, mas fiquei interessado em conhecê-la. Espero estar assistindo em breve, pois a história aguçou minha curiosidade.
ResponderExcluirOlá!
ExcluirAcho que essa foi uma das obras do Oscar que não teve grande divulgação por não estar indicada ao prêmio de melhor filme, mas ainda vale muito a pena ver. Espero que você goste! Beijos!
Eu quase não tenho assistido filmes (tentei começar a ver um, mas não consegui) e isso já faz meses. E a verdade é que não cheguei a me interessar por esta obra, mas fico feliz pela indicação do ator, porque ele é realmente fantástico. E interpreta um artista como o Van Gogh não é fácil, por conta de todos os sentimentos tumultuados do artista.
ResponderExcluirO que sim tenho vontade é de ler a biografia do Van Gogh. Sou louca por ela!
Bjs!
Oi, Luna!
ExcluirEntendo seu ponto de vista, acho que nem todos se interessarão em ver esse filme, visto que o ritmo dele é um pouco lento e talvez ele não seja muito interessante para quem busca conhecer o pintor de forma mais cronológica. Assim como você, também sou louca para ler a biografia do Van Gogh. Deve ser maravilhosa! Beijos!
Eu tenho muita curiosidade em saber mais sobre a vida do pintor, e confesso que nem tinha ouvido falar desse filme - até porque não acompanho o oscar. Parece ser uma visão diferente da que a gente está acostumado, algo não datado e mais "realista". Com certeza pretendo assistir em breve.
ResponderExcluirBeijos, Gabi
Reino da Loucura | Instagram
Oi, Gabi!
ExcluirVocê tem razão, achei esse filme bem realista pelo fato de não ficar expondo as datas como se esperaria em uma biografia, e como até mesmo eu tinha esperado. Pensando por esse lado, é algo bem positivo. Espero que possa vê-lo e que você goste! Beijos!
Olá Jéssica, eu estou bem curiosa para assistir esse filme, conheço a biografia Van Gogh e cheguei a estuda-lo na faculdade quando cursava jornalismo, então acho que vou curtir a escolha do roteiro não trazer sua historia mais cronológica e sim foca mais nos seus sentimentos *-* Adorei seus comentários sobre o filme.
ResponderExcluirOi, Jéssica!
ExcluirQue sorte a sua de ter estudado Van Gogh na faculdade! Super queria também! Imagino que para você, que já conhece bem a biografia do pintor, esse tipo de narrativa seja mais interessante mesmo. Que bom que gostou do post. Beijos!
Eu não fazia ideia da existência desse filme até ver um trechinho da atuação do ator principal que passou no Oscar e ficar mais do que encantada com o que vi. O fato dele focar mais na parte sentimental do pintor me parece um grande diferencial e que me deixou ainda mais encantada e animada pra assisti -lo.
ResponderExcluirOi, Larissa!
ExcluirTe entendo, também me encantei facilmente pela atuação do Willem Dafoe já no trailer mesmo. Que bom que essa abordagem dos sentimentos do artista te agradou. Espero que goste do filme! Beijos!
Oi, tudo bem?
ResponderExcluirEu confesso que esse ano fiquei meio alheia ao Oscar, porque os filmes indicados não me conquistaram e não teve nenhum que eu tenha ficado louca para assistir (com exceção de Nasce um estrela e Pantera Negra). No Portal da Eternidade eu só fiquei sabendo da existência por causa da indicação do Willem Dafoe, mas nem sabia que o meu queridinho Oscar Isaac estava no elenco. Fiquei bem mais curiosa para assistir depois de ler o seu post. Mesmo você não tendo gostado tanto quanto esperava, deu para ver que é um filme muito bom e que vale a pena assistir. Além disso, fiquei curiosa para conferir a atuação do Willem Dafoe.
Adorei o post e vou anotar a dica para assistir depois.
Beijos!
Oi, Maria!
ExcluirAcho que você vai gostar muito da atuação do Oscar Isaac, pois mesmo como coadjuvante, ele está impressionante. Fico feliz que você tenha gostado do post e que ele tenha te deixado interessada em ver. Beijos!
Olá...
ResponderExcluirConfesso pra ti que não conhecia o filme e não assisti o Oscar e nem suas obras, com exceção do Pantera Negra. Esse não é o tipo de filme que eu costumo ver normalmente, mas ele me chamou atenção por se tratar da vida de um pintor que admiro
Beijos
Oi, Mayara!
ExcluirO Oscar foi bem legal esse ano, a não ser pelo filme vencedor na categoria melhor filme, que foi bastante criticado ao ser escolhido. Eu assisti Pantera Negra também e amei. Apesar desse ser um filme bem diferente (e eu compreender que não atrai a todos), vale muito a pena para quem tem interesse pelo pintor, como você. E além disso é lindo! Espero que consiga vê-lo. Beijos!
Eu tive o privilégio de assistir o filme em uma exibição na faculdade de uma amiga e fiquei bem impressionada com as cores saturadas na fotografia. Já o roteiro e a linguagem do enredo me causou um pouco de estranheza, mas ainda assim, curti a experiencia. Não é um filme pra todo mundo, acho que por falta mesmo de estimulo, mas é uma obra de arte, sem dúvida. Adorei suas considerações sobre ele e me deixou com vontade de ver novamente, agora com um olhar mais apurado sobre vários pontos.
ResponderExcluirbeijos
Eu admito que nunca acompanho o Oscar, só sei das indicações por alto pelo que vejo as pessoas comentando, o mesmo para os vencedores. Apesar de curtir o universo cinematográfico, não é algo que eu acompanhe assiduamente, ainda mais nos últimos tempos que tenho priorizado as adaptações literárias. No entanto, me interessei por esse longa, mesmo não sendo uma amante de pintura, já ouvi falar do artista (e quem não ouviu não é mesmo) e gostaria de saber mais sobre sua trajetória, sua resenha já me deu uma boa visão do que vou encontrar no filme e eu penso que será uma boa experiência.
ResponderExcluirAbraços!
Olá! Tudo bom?
ResponderExcluirEu nunca tinha ouvido falar deste filme, estou muito por fora deste mundo na realidade. Fiquei curiosa a respeito, ainda mais por ter um ator que eu particularmente gosto, william Dafoe. E a sua opinião sobre serviu muito para mim pois curiosamente esses tempos eu estava andando com curiosidade de pesquisar mais sobre Van Gogh, mesmo que não seja focado em sua vida, acredito que ter esse foco nos sentimentos já é algo grandioso de se assistir. Então, obrigada pelo post, definitivamente pesquisarei sobre 💜
Um beijo