CRÍTICA | Amnésia

Sinopse: Depois de um terrível acidente, um homem acorda na cama sofrendo de perda de memória. Tentando absorver o que estava acontecendo, começa então a desvendar uma teia de mentiras e enganos, suspeitando de sua esposa, que o mantém prisioneiro em sua própria casa.

Direção: Michael Polish | Gênero: Suspense | Ano: 2014

        Há anos tenho o filme Amnésia na lista de produções que quero muito assistir. Porém, quando me deparei com o título Amnésia no catálogo de filmes da Netflix, fiquei muito animada e foi aí que me enganei completamente. O filme Amnésia disponibilizado pelo serviço de streaming não era o que eu procurava, lançado no ano 2000, mas outro filme, cujo lançamento foi em 2014.

De qualquer forma, só percebi meu engano quando já estava no meio do filme, então resolvi continuar a assisti-lo. Entretanto, quero deixar claro que o filme disponibilizado na Netflix não é o lançamento de 2000, pois descobrir isso tardiamente foi meio decepcionante para mim. Inclusive, ambos os filmes não têm qualquer relação de proximidade. A partir desses esclarecimentos, vamos ao filme de 2014!

Amnésia se inicia com um acidente de carro, no qual havia um homem, uma mulher e uma garota. Eles seguiam por uma estrada quando o homem, que dirigia o veículo, acaba provocando o acidente. Depois disso, vemos que ele aparece na cama de um quarto, ainda debilitado pela tragédia. A mesma mulher que estivera no veículo consigo agora aparece ao seu lado e se apresenta como sua esposa.

        O protagonista, entretanto, não se lembra da vida que tinha antes do acidente. Mesmo que a mulher lhe conte algumas coisas sobre o relacionamento que costumavam ter, não consegue se recordar de nada daqueles fatos. Além disso, também se sente incomodado por se lembrar da garota no carro, mas não ter ideia de quem era ou do que acontecera com ela depois do acidente.

O homem tem muitas dúvidas sobre a mulher que habita a casa consigo. Ela é uma pessoa misteriosa, evasiva e que esconde vários segredos pela casa, como lugares em que ele não deve ir e coisas que não deve fazer. Aos poucos, ele percebe que essa mulher é bem mais perigosa do que imaginava, mas não tem ideia de como escapar dela e recuperar suas memórias.

Apesar do filme não ser o que eu esperava no momento, admito que ele prendeu a minha atenção. Mesmo com o ritmo lento, que pode desagradar alguns, consegui me envolver pelos mistérios que cercavam as memórias do protagonista e fiquei ansiosa para descobrir mais sobre a antiga vida dele, sua suposta esposa e a garota que estava com eles no carro.

Além disso, os mistérios não são apenas sobre o passado do homem, mas principalmente com relação ao comportamento da mulher. Vemos que ela tem atitudes muito estranhas com ele, tentando afastá-lo do mundo exterior e desviando os assuntos quando ele entra em temas importantes do passado. Tudo isso torna o filme intrigante.

       Entretanto, preciso também mencionar os pontos negativos, e infelizmente eles tiveram um grande impacto na obra. A maior revelação do filme não era tão surpreendente para o telespectador que prestasse atenção a um detalhe mencionado no início da história. Mesmo assim, não chegaria a ser um final ruim se fosse melhor explicado.

O fato é que o filme cria dúvidas e isso é ótimo no decorrer da trama, pois gera expectativa. Porém, quando chega ao final, não esclarece a maior parte dos questionamentos, deixando vários furos no roteiro, que não convence o telespectador. Portanto, considero a falta de argumentos após o plot twist como a pior falha do filme.

A trilha sonora também deixou muito a desejar. Por ser um filme de suspense era possível o uso de uma trilha sonora de maior impacto para as cenas de tensão, mas a música passa quase despercebida nessas cenas. Senti que metade do potencial delas foi perdido pelo uso de uma trilha sonora fraca, que não valorizava o contexto.

De forma geral, os aspectos que mais gostei no filme foram os mistérios que conseguiram me prender durante boa parte da narrativa e a atuação de Kate Bosworth, que interpreta a esposa do protagonista. É angustiante a forma como ela se mostra anormalmente calma em muitos momentos, inclusive os mais tensos, como imagino que seja realmente o comportamento de uma psicopata.

        O filme recebeu notas baixas da crítica especializada e devo dizer que não tenho embasamentos teóricos para defender a obra, mas como telespectadora, considerei-o mediano. É um filme que pode prender sua atenção, mas que deve ser visto sem muitas expectativas, por mais que ele tente criá-las na sua mente. Confira o trailer: