RESENHA | As Crônicas de Nárnia – C. S. Lewis





Sinopse: Viagens ao fim do mundo, criaturas fantásticas e batalhas entre o bem e o mal – o que mais um leitor poderia querer de um livro? O livro que tem tudo isso é 'O leão, a feiticeira e o guarda-roupa', escrito em 1949 por Clive Staples Lewis. Mas Lewis não parou por aí. Seis outros livros vieram depois, e, juntos, ficaram conhecidos como 'As Crônicas de Nárnia'. Nos últimos cinquenta anos, 'As Crônicas de Nárnia' transcenderam o gênero da fantasia para se tornar parte do cânone da literatura clássica. Cada um dos sete livros é uma obra-prima, atraindo o leitor para um mundo em que a magia encontra a realidade, e o resultado é um mundo ficcional que tem fascinado gerações. Esta edição apresenta todas as sete crônicas integralmente, num único volume magnífico. Os livros são apresentados de acordo com a ordem de preferência de Lewis, cada capítulo com uma ilustração da artista original, Pauline Baynes. Enganosamente simples e diretas, 'As Crônicas de Nárnia' continuam cativando os leitores com aventuras, personagens e fatos que falam a pessoas de todas as idades, mesmo cinquenta anos após terem sido publicadas pela primeira vez.



Editora: Martins Fontes | Páginas: 750 | Ano: 2018 | Preço: R$ 34,90


“O interior é muito maior que o exterior."

Esta é uma obra bastante complexa (mesmo que destinada a crianças), pois trata-se de uma edição que apresenta os sete livros que compõem As Crônicas de Nárnia, o que significa que cada história contém muitos detalhes que infelizmente não poderão ser abordados aqui. Entretanto, comentarei cada livro individualmente e farei uma síntese de coisas que me chamaram a atenção na história.

O Sobrinho do Mago
“O sobrinho do mago”, primeiro livro das crônicas, nos mostra a história de uma menina chamada Polly, vizinha de Digory, um garoto que vive com um tio bastante excêntrico e cruel. Ao descobrirem que esse homem tem um esconderijo para experiências científicas, as crianças resolvem ir até lá, e acabam encontrando anéis mágicos que as levam para outros mundos. O que gostei nesse livro foi a forma como foi abordada a criação de Nárnia e a apresentação de Aslam, o leão que é visto como um deus na narrativa.

O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa
No segundo livro, observamos que Digory está mais velho e agora é professor de quatro crianças hospedadas em sua casa devido à guerra que atinge a Inglaterra. Essas crianças são Pedro, Susana, Lúcia e Edmundo, que acabam conhecendo Nárnia ao entrarem em um guarda-roupa mágico. Lá eles lutam contra a Feiticeira Branca, que instaurou um inverno eterno no reino. Achei que a Feiticeira se mostrou muito mais vilã do que aparentava ser no primeiro livro. Além disso, a atmosfera das criaturas mágicas, principalmente representada pelo fauno Tumnos, é maravilhosa.


O Cavalo e Seu Menino
Aqui somos apresentados à Calormânia, reino vizinho de Nárnia. Shasta é um fugitivo do reino que planeja chegar à Nárnia acompanhado de seu cavalo falante. No caminho eles encontram Aravis, uma garota que cavalga uma égua e também foge da Calormânia para evitar seu casamento forçado. Os quatro se tornam amigos e resolvem seguir juntos. Gostei muito da ambientação da Calormânia, mas o que me desagradou foi o visível racismo em relação aos calormanos, que são descritos como um povo feio e cruel de pele escura, enquanto os narnianos são vistos como belos e nobres de pele clara.

Príncipe Caspian
No quarto livro, Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia regressam à Nárnia para ajudar o príncipe Caspian a derrotar seu tio, um usurpador do trono. Entretanto, ao voltarem à Nárnia, as crianças percebem que muitos anos já haviam se passado por lá, grande parte das coisas que conheciam não existe mais e elas precisam reunir novamente as criaturas mágicas ao seu lado. Infelizmente nada me chamou muito a atenção nessa história, a não ser uma breve e assustadora aparição de um lobisomem em certo momento.

A Viagem do Peregrino da Alvorada
Neste livro, Lúcia, Edmundo e seu primo Eustáquio são mandados à Nárnia para participarem de uma viagem de navio junto ao, agora rei, Caspian. A viagem é realizada para encontrar os antigos lordes que o tio de Caspian aprisionou em diversas ilhas. Ao longo do trajeto, os tripulantes do navio passam por diferentes terras e encontram coisas inesperadas em cada uma delas. Gostei muito da forma como cada ilha foi apresentada de maneira muito criativa.


A Cadeira de Prata
No sexto livro, Eustáquio e sua amiga Jill chegam a Nárnia após se esconderem de um grupo de briguentos da escola. Aslam os orienta em uma missão para que encontrem o príncipe Rilian, desaparecido há anos após a morte de sua mãe. Nesta jornada, as crianças precisam desvendar os sinais de Aslam, passar por gigantes e seres estranhos do mundo subterrâneo. O principal motivo de eu ter gostado desse livro foi a inserção de novas criaturas mágicas, como Brejeiro, cuja personalidade é tão pessimista que o torna muito divertido.

A Última Batalha
No último livro, Eustáquio e Jill são novamente enviados à Nárnia, mas desta vez devido ao caos que se estabelece no reino. Um falso Aslam tem se apresentado diante dos narnianos e dado ordens que os colocam cada vez mais reféns de seus rivais, os calormanos. Com a invasão do inimigo sobre o reino, o atual rei de Nárnia precisa da ajuda das crianças para desmascarar o impostor. O final desse livro é algo surpreendente. Achei muito corajoso da parte do autor e realmente adorei.


É visível a presença de uma ideologia cristã na obra de Lewis. Apesar de eu não ser uma pessoa ligada a religiões, esse aspecto não me incomodou, pois minha motivação para ler o autor foi devido ao mérito que lhe é dado no meio da literatura fantástica. Acredito que esse mérito seja justo, pois a construção em torno do universo de Nárnia é encantadora e muito bem elaborada.

Sobre a questão do racismo, mesmo sendo um aspecto que não pôde passar despercebido, sabemos que em 1949 (quando o primeiro livro das crônicas foi lançado), as discussões sobre esse tema ainda não eram tão intensas como agora, o que fazia com que muitas coisas não fossem tratadas como racismo como são hoje. Por essa razão, acredito que a crítica ao racismo em obras clássicas deve considerar o contexto histórico dos autores, mas jamais ser tratada com indiferença.


15 comentários:

  1. Eu amo demais esse livro, é uma obra de cabeceira. Todas suas histórias me atraem, seus personagens, seus cenários mágicos e seu enredo mágico e cativante. Eu o recomendo para todos. Já a questão do racismo, é algo bem polêmico que prefiro nem ir adiante porque é uma discussão delicada.

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  2. Oi! Eu já li esse livros tantas vezes, e me encantei todas as vezes! E a cada novo post dele eu fico tão feliz por poder relembrar as histórias.. Acho que mesmo com as ressalvas, a fantasia de C. S. Lewis é linda e rica demais! Um dos favoritos da vida!

    Bjoxx ~ www.stalker-literaria.com ♥

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  3. eu AMO essa história, e assim como você não sou ligada a religião, mas a competência do autor em criar uma história fantástico é simplesmente admirável!
    amei sua resenha e fotos <3

    Virando Amor

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  4. Olá amore,

    Sou maluca pra ler esse livro, já peguei várias vezes pra comprar, mais passava direto rs.
    Já vi os filmes, mais nada como o livro né!
    Adorei sua resenha, bem sintética e dá pra saber que vale a pena ler.
    Dá próxima vez vou comprar pra ler!

    Beijokas!
    www.facesdeumacapa.com.br

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  5. Tenho muita vontade de ler esse livro!

    http://submersa-em-palavras.blogspot.com.br/

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  6. Sim, eu também acho que essas questoes devem levar em consideração o periodo que a obra foi escrita, mas nem por isso devemos deixar de discutir sobre! Em todo caso, essa me parece o tipo de obra que todo mundo já leu, menos eu ahaha me sinto um et

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  7. Oi, Jéssica, tudo bom?
    Eu comecei a ler As Crônicas de Nárnia há algum tempo, mas estou lendo a prestações, livro por livro xD Ainda estou no segundo, mas quero logo acabar a leitura.
    Acho que como vc disse, o livro reflete bem o pensamento da época, não só religião, mas comportamento também. Se formos comparar com personagens infantis de hj em dia, será totalmente diferente.
    Ao contrário de vc, eu me incomodo um pouco com tanta religião no livro, porque sempre sinto que eles querem me converter de alguma forma, mas não acho que seja algo que estraga a leitura para mim.
    E realmente, mesmo sendo em outra época, não dá para ignorar o racismo. Ok que não podemos jogar os livros nas fogueiras, mas também não podemos ignorar. Na minha época de escola não era costume falar sobre o tema nos livros clássicos e acho que é um erro. Esse tipo de coisa precisa ser apontado e discutido.

    Gostei da resenha. Achei legal o autor trabalhar outros reinos nos outros livros, conheço a série mais pelos filmes e sempre foca mt em Nárnia.

    Beijinhos.
    http://ultimasfolhasdooutono.blogspot.com

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  8. Tenho esse livro aqui em casa mais ainda não tive a oportunidade de ler ele. Amei o filme deles e agora curti bastante também a sua resenha. Achei bem interessante. Estou aqui pensando porque ainda não peguei ele para ler.

    Não tenho problema algum para ler algo que entre em contato com religião, mesmo possuindo a minha.

    Beijos

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  9. Olá!
    Eu já assisti as adaptações do livro, mas nunca tive contato com a escrita do autor. Por sua resenha deu para perceber que é incrível e mesmo tendo uma tendência em alguns aspectos religiosos, não teria nenhum problema em realizar essa leitura. Sem dúvidas é o tipo de leitura que nos encanta do início ao fim.
    Beijos!

    Camila de Moraes

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  10. Oi!
    Li o li único da série há muito tempo e, sinceramente, não me lembro muito das histórias, mas achei muito legal você ter falado de cada um dos livros em separado. Acho que o autor faz muitas menções interessantes, tanto no sentido religioso quanto no sentido racista, mas acho que temos que ver o contexto histórico em que os livros foram escritos. Sua resenha me deu muita vontade de reler esses livros para ver o que vou achar agora que estou mais madura.
    Beijos

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  11. Oi Jéssica,
    As Crônicas de Nárnia é muito mais do que um livro infantil! Amo essas histórias que num primeiro olhar parece ser apenas mais uma fantasia, mas que por trás traz muitas discussões filosóficas e lições de vida. Os desenhos da Pixar tem muito isso. Prefiro os livros separados porque esse volume único é muito grande e ruim para a leitura. Acho essa capa linda!! Adorei a resenha!!
    Beijos,
    André | Garotos Perdidos

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  12. Olá,

    Acho que As crônicas de Nárnia é a única coisa que prefiro os filmes aos livros. Sempre que passa na TV, eu paro e assisto os filmes, já os livros não sinto tanta vontade em conhecê-los, o que é surpreendente considerando que sempre prefiro os livros.

    Beijos,
    oculoselivrosblog.blogspot.com.br/

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  13. Ola!!!

    Esse sem duvidas é um dos melhores livros que eu já li na minha vida até hoje! É um livro que mexe comigo, me emociona e comove demais! Amo as cronicas, o universo criado, as crianças e o desfecho inesperado que me deixou totalmente sem rumo!

    beijos

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  14. Eu li este livro na época do sucesso do primeiro filme, em 2005 (tem tempo heim???), mas a história ainda é muito forte na minha mente e a minha favorita é o peregrino da Alvorada e a evolução que os personagens tem dentro desta história. Acho que os filmes ficaram bem fiéis, mesmo com as adaptações feitas.
    beijos

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  15. Olá, tudo bem?

    Eu já li "As Crônicas de Nárnia" duas ou três vezes, mas sempre parei por volta do livro 5 e 6, nunca conseguir terminar, deve ser porque tentei ler só esse livro que é composto de 7 livros. Gostei da sua resenha de forma destrinchada, individual. Parabéns!
    Abraço!

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