CRÍTICA | Maus momentos no Hotel Royale

Sinopse: Sete estranhos, cada um com um segredo a enterrar se encontram no hotel El Royale do lago Tahoe, um local com um passado sombrio. Com o anoitecer, todos terão uma última chance de redenção....antes de tudo acabar no inferno.

 Direção: Drew Goddard | Gênero: Suspense, thriller | Ano: 2018

Ao reunir alguns estranhos, o diretor Drew Goddard cria um ambiente meio noir para mostrar as dificuldades enfrentadas pelos americanos após os anos 60, o aumento de movimentos de contracultura e de como os jovens estavam a procura de significado para a vida. Isso tudo é feito de maneira bastante inteligente e sutil, é possível captar essa mensagem mesmo ao meio de todo o entretenimento que o filme entrega. 

O El Royale é um motel estilo casino que fica localizado entre as fronteiras dos estados de Nevada e California, o que já lhe dá uma característica peculiar. 

O diretor, que anteriormente dirigiu e escreveu um dos filmes de terror mais interessantes e criativos já lançados (no caso, O segredo da cabana, sério assistam este filme), desenvolve um enredo cheio de plot twists dramáticos e muita violência alternando momentos de otimismo e pessimismo para o público. Em alguns momentos o filme é um thriller horripilante, em outros um drama intenso sobre as dificuldades que alguns dos personagens enfrentam, em outros momentos é um filme sobre como funcionava a dinâmica de cultos da  época e sobre seu líder sociopata a la Charles Manson e ainda temos alguns momentos musicais. 

O filme parece ter uma inspiração ou em filmes B dos anos 70, ou então em coisas que o Tarantino fez (que por sinal também sem inspira em filmes B dos anos 70) mas de uma maneira mais consistente, não ficando a sensação de que estamos apenas vivenciando plot twists e violência.

As atuações estão muito boas, destacando Jeff Bridges com o padre perdendo a memória e como isso lhe causa uma imensa frustração. Dakota Johnson que desempenha muito bem esta personagem meio dúbia no inicio até que descobrimos realmente quais são suas motivações. Cynthia Erivo e seus momentos musicais são de arrepiar por que muitas cenas com ela cantando a capela são incríveis. John Hamm desempenhando muito bem o papel do vendedor chato mas que claramente está escondendo algo. E por fim Chris Hemsworth e seu líder de culto sociopata, se apropriando de clichés e desempenhando um papel abominável mas muito bem por sinal, conseguindo no distanciar da sua imagem de grande herói da Marvel.

Maus momentos no Hotel Royale é um filme inteligente e com atuações consistentes e é entretenimento puro com uma leve camada de crítica social.

Gostou da premissa do filme? Verifique o trailer e conte quais as impressões que teve.