OSCAR 2019 | Homem-Aranha: No Aranhaverso

Miles Morales tenta lidar com sua rotina de estudante do ensino médio quando se torna o Homem-Aranha. Quando o rei do crime, Wilson Fisk tenta recuperar algo importante para ele através de um super colisor, liberar diversos universos que se colidem em um só, reunindo diversos "homens aranhas", que juntos devem tentar resolver este problema.  

Eu não sou uma pessoa que tem o costume de ver animações, não por que ache elas ruins, é só uma questão de falta de hábito mesmo. Mas o Aranhaverso me chamou a atenção meio na marra. No final do ano passado eu pude ir a CCXP e em um dos painéis, tive a oportunidade de ver mais de 30 minutos desse filme (não me lembro quanto foi exatamente) e foi uma ótima experiência. Já sabia desde então que queria ver a animação assim que saísse. Claro que eu demorei um pouquinho mas acabei conseguindo assistir finalmente e não me decepcionou nem um pouco, pelo contrário, me pareceu melhor ainda do que já tinha conferido. 

O Homem-Aranha: no Aranhaverso é um dos indicados ao Oscar 2019 na categoria melhor animação, e considerando que ganhou todas as premiações que antecedem o evento, dificilmente não irá vencer esta categoria.

Acho que o maior mérito desta animação é como conseguiu reinventar um personagem extremamente bem estabelecido na cultura pop mundial sem que isso parecesse desconexo com seu próprio universo. Na verdade o filme te mostra toda uma gama de elementos icônicos dos homens-aranhas existentes, que vão desde a trilha sonora à cenas de filmes, talvez isso lhe deixe conectado ao universo aranha ao mesmo tempo que está resetando ele e refazendo de uma maneira totalmente nova e dessa vez com muito significado. 

Logo no início do filme conhecemos o homem-aranha principal do filme, Miles Morales, um estudante negro, filho de um policial e uma enfermeira de origem latina e veja bem, aqui os pais estão bem vivos. Mas os pais que tem grandes expectativas em relação ao futuro brilhante do filho, acabam criando uma série de dúvidas existenciais na cabeça de seu filho que busca refúgio em um tio um tanto dúbio. O "tio maneiro" apresenta várias alternativas ao Miles e uma delas é expressar sua arte através do grafite. Enquanto ele está entre ser um estudante promissor e um garoto "cool", é quando acontece a grande reviravolta em sua vida. 

Mas ser um homem-aranha é uma responsabilidade muito grande para alguém tão jovem. Então temos um problema criado pelo vilão, o rei do crime que faz com que apareçam homens-aranhas de diversos universos e um mais diferente que o outro. Temos um grupo que nos mantém conectados e ao mesmo tempo desconectados do homem aranha clássico para formar o novo. 

A interação deste grupo e como toda a transformação do jovem Miles Morales num herói é de encher os olhos, por dimensiona essa possibilidade para qualquer um que esteja assistindo. E claro que a representatividade é um fator de grande importância aqui e novamente o multiverso aproveita muito bem isso. 

Tecnicamente a animação é muito bonita, cheia de cores e vida, um ritmo que te mantém engajado ao filme do inicio ao fim, com alternância entre momentos muito engraçados e muito dramáticos mas em momento nenhum a parte cômica deixa o filme bobo e a parte dramática deixa o filme pesado. digamos que é um dos filmes mais equilibrados que eu já vi, por isso recomendo que quem ainda puder conferir no cinema, vá o quanto antes.